Era dia 08 de Agosto de 1945. O rapaz de cabelos pretos e perfeitamente penteados
trajava o melhor terno para a ocasião. Afinal, era seu casamento, com a mulher
que ele realmente amava e havia jurado ser fiel desde o namoro breve e,
digamos, nada apoiado. Seu terno preto ocultava o suor que percorria o corpo
sadio do jovem rapaz, de apenas vinte anos, que, por baixo dos suspensórios de
couro, estava sufocado. Suas mãos, extremamente molhadas pelo suor,
escorregavam ao serem pressionadas; uma na outra, com ansiedade e constante
nervosismo. Ele esperava vê-la, radiante e emocionada, num vestido branco, com
seus cachos loiros caindo sobre os olhos azuis da jovem, num penteado lindo,
porém coberto pelo véu. Esperava vê-la
sorrindo, murmurando “tudo irá dar certo”, acompanhado de um “eu te amo”,
enquanto andava suavemente, com passos curtos e lentos, porém desesperados e
ansiosos, às proximidades de seu pai. Joseph Adam, finalmente, se casaria com
Taylor Alison Swift, sua amada.
O
relógio de ouro do rapaz marcava, exatamente, nove horas e quarenta e cinco
minutos, ou seja, mais de duas horas de atraso da noiva. O pai de Taylor
grunhia, olhando seu relógio de bolso a cada cinco segundos, e a mãe estava
exasperada, temendo o pior. Os convidados cochichavam, e o padre estava
impaciente e cansado, passando os dedos compridos pelos míseros fios de cabelo
que ainda possuía. Joseph murmurava “calma, ela deve estar se arrumando pra
mim, essa será a nossa noite, a primeira de inúmeras”, mas estava se corroendo
por dentro. Estava preparado, possuía uma pistola no bolso, imperceptível, mas
que tremia por estímulos e espasmos de sua mão, posta dentro do bolso.
Afrouxou, um pouco, o nó da gravata, que o sufocava cada vez mais, juntamente
com os malditos suspensórios, os quais o pai o obrigara a trajar, por questão
de “tradição”. O pai do jovem passava os dedos pelo bigode, estranhando o fato
e olhando, incansável, a porta. A mãe, já falecida, observaria o filho, e daria
total apoio ao mesmo. Mas ninguém o fez. Afinal, ninguém o faria, huh? Ninguém
daria apoio a um lesado que era a paixão de uma garota bem-sucedida e
extremamente rica e mimada. Provavelmente, seria sexualmente ativo — pelo olhar
do povo —, mas simplesmente era belo,e conquistara o coração de sua amada em
centésimos de segundo, justamente ao entregar-lhe um caderno que havia caído no
chão durante a aula de Química, com seu cavalheirismo infalível e com uma
educação invejável. Os sussurros cresciam. Os cochichos aumentavam de intensidade.
O padre tornara-se ainda mais impaciente, batendo os pés compridos cobertos por
sapatos sociais. Num suspiro, ele se recordara de cada ato feito durante o
namoro. Cada momento, cada passo, cada erro, cada acerto. Tudo passara por sua
cabeça naquele momento. E, com aquele falatório, o que ele mais queria era
fugir dali.
Joseph
escutava os cochichos. Uns diziam que ela havia se suicidado, ao sufocar-se com
um lenço, minutos antes do casamento começar. Outros diziam que ela havia
fugido para lecionar Artes Cênicas e fugir das idéias repressivas de seu pai:
“herdar” a empresa da família e “fazer seu nome”. Nada o fazia retirar seus
pensamentos de que Taylor fosse vaidosa o suficiente para demorar um pouquinho,
na tentativa de tornar-se bela no dia mais importante de sua vida. Mas, mais de
duas horas? Isso era muito improvável,
inconcebível. No máximo, aquele tempo seria necessário para comprar inúmeros
vestidos e ainda presenciar o matrimônio, ato, perceptivelmente, não feito:
todos os preparativos da festa e do casamento, em si, foram feitos com capricho
e carinho, de ambas as partes. Normalmente, o noivo pouco se importaria com
isso, e voltaria para um pub, na tentativa de terminar a partida de Skat, Poker ou similares, com os amigos barbudos e trêbados. Mas Joseph
mostrava-se diferente de tudo que Taylor Swift havia visto; a única coisa que
ele gostaria de mudar nela, era seu sobrenome —
palavras ditas por ele segundos depois de propô-la em casamento, fazendo-a
sorrir. Enfim, seria o rapaz perfeito, pois, naquela época, homens eram como
monstros, gigantes e gordos, que preocupavam-se somente em si e na cerveja
guardada na geladeira.
Joseph
avistou um pequeno menino, atravessando a igreja em sua direção. O pequenino
pajem, de olhos azuis e cabelos negros — colados, pelo suor, em sua testa —,
continha um envelope em mãos, e corria, ofegando, em direção ao rapaz. Joseph encontrou-se surpreso, de fato, por
ter sido noticiado de algo. Talvez sua noiva teria se machucado, não tão
gravemente, mas o suficiente para fazê-la parar o trajeto e voltar para casa,
ou talvez deva ter quebrado o carro, afinal, ela não era tão boa assim com
automóveis: este seria o quarto carro que ela deveria ter quebrado. Em todos os
acidentes, ela safou-se, e saiu sem arranhões quaisquer. Apesar de desastrada,
pode-se dizer que possuía um grande coração, e era simpática com todos ao seu
redor.
—
Tio Joe... — ofegou o garoto, diminuindo a velocidade em seus passos curtos e
barulhentos — Taylor mandou isso para ti. — esticou seu braço pequenino e
coberto por um terno preto e molhado de suor. Ao ouvir aquelas cinco
palavrinhas, Joseph encontrou-se em estado de agito. Possivelmente, ela teria
escrito algo significante, ou adiar o matrimônio. Tudo, menos o inesperado, por favor.
—
Obrigado, Christopher. — sorriu, levemente, Joseph, ao pegar o envelope nas
mãos do garoto e abri-lo suavemente. Primeiramente, observou a letra de Taylor,
perfeitamente escrito “Para Joseph Adam”
e nada como “Telegrama/Notificação
mórbida”, e suspirou, regojizando baixinho a Deus por protegido sua amada
de quaisquer obstáculos ou enfermidades. Mas, antes que ele pudesse ver algo,
foi atingido. E tudo foi ficando escuro. E todas as suas memórias passavam por sua cabeça. Desde o primeiro sorriso, ao seu mais letal e fingido último.
Oi gente, tudo bem? :3
Bom, eu vim aqui postar a parte que fala da trágica morte do Joe, ou seja, o epílogo da história. Aham, eu sou horrível, matei o Lucas Till na minha tentativa de fazer a fic anterior e agora matei o Joe. Tá, podem me fuzilar. Estarei pronta a qualquer crítica e ameaça de morte, ~cry~.
Hugz,
, gomez lover!.
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