sábado, 25 de fevereiro de 2012

Capítulo 4: my flaws.


#Selena On
Algo que eu não me imaginava fazer era me ver chorando durante o banho, ouvindo uma música. Eu sabia que tudo que é bom não dura, mas percebi da pior maneira que a perfeição pode desaparecer num piscar de olhos. Eu, ingênua como sempre, fiz tudo do meu jeito, da minha vontade. Saber que ele havia desaparecido logo após de ter chegado em casa, com os pais, fez com que eu me sentisse sem uma parte de mim. Frágil. Incompleta. Vazia. Seis semanas depois do desaparecimento dos três, encontraram destroços da moto que parecia ser dele, sem impressões digitais. Nenhuma pílula, tentativa de suicídio ou corte nos pulsos me fazia me sentir melhor. Ele prometeu nunca me abandonar... E sumiu. Do nada.
Desliguei aquele chuveiro, enrolei-me na toalha e desliguei aquela porcaria daquele rádio, que me trouxera, antagonicamente, memórias boas e ruins, se me compreende. Escovei meus dentes e me dirigi ao meu quarto. Abri a porta do guarda roupa e fui procurar uma camiseta. Quando abri uma gaveta, encontrei o agasalho que Logan havia me emprestado anteriormente. O mesmo ainda cheirava como ele, misturado com o aroma do meu perfume fraco. Larguei subitamente o agasalho, já que eu estava compulsivamente chorando e passando minhas mãos sobre o tecido macio do mesmo. Guardei-o e peguei uma camiseta qualquer, uns jeans surrados escuros, meias imperceptíveis por serem curtas e transparentes e meus tênis, trajando-os. 
Esfreguei meus olhos que insistiam em jorrar cachoeiras involuntariamente. Voltei ao banheiro, lavei meu rosto e observei-o no espelho. Eu já estava me tornando cansada daquilo tudo. Do Logan, com sua promessa falsa e hiper significante pra mim. E se a gente tivesse ultrapassado as carícias e os beijos naquela tarde? E se eu tivesse engravidado, como ocorreu com minha mãe na minha idade? E se...? 
Penteei meus cabelos compridos, de forma que a franja caísse levemente sobre minhas pálpebras. Esborrifei um perfume que eu gostava, pus minha mochila nas costas. Pensei em abrir a porta do quarto da minha mãe para recolher as prováveis garrafas sobre o chão, mas me lembrei que, se abrisse a porta, iria entrar no sonho da minha mãe a força. As portas eram meu bloqueio, uma proteção. E eu não queria entrar num sonho macabro dela. 
Desci as escadas, já com uma maçã em mãos que havia pegado na cozinha. Comi-a inteiramente em aproximadamente vinte minutos, e me sentei no sofá. Olhei meu pulso cheio de escoriações cicatrizadas. Mas, sinceramente, quem se importaria? A Demi daria um escândalo e provavelmente iria contar pra Taylor. A Miley conversava tão pouco comigo... O David levantava muita suspeita, eu dizia que havia caído de bicicleta, sei lá. E, por todo esse tempo, me senti um lixo. É, um lixo. Usei a palavra certa.
Os três me consolaram no desaparecimento do Logan, mas... Ah, quer saber? Nenhum deles sabe que eu entro nos sonhos dos outros forçadamente. Nenhum deles ouviu o que o Logan me disse. Enfim... Nenhum deles sou eu. E eu sou a única pessoa que pode me consolar. Mas isso não dá certo. Não dá mesmo. Olhei pela janela. Vi o carteiro colocar uma carta na caixa de correio. Abri a porta de casa, peguei o skate e abri a caixa, procurando pela carta. Estava escrito assim:

Destinatário: Selena Marie Gomez
Remetente: Joseph Adam Jonas
Urgente.

Aquele "Urgente" me apavorou. Pacas.

#Selena Off
#Miley On

Acordei com aquela desgraça que se chama despertador. Bati a mão no botão "Snooze" com tanta força que o despertador havia caído no chão e quebrado. Levantei-me contra minha vontade, tirando meu pijama e pegando minha toalha.

xXx: Eita, Cyrus. Nada mal, hein?
Miley: Vá se ferrar, Nicholas. - enrolei-me na toalha subitamente.
Nick: Eu não quero. E não é culpa minha se alguém construiu essa casa ao lado da minha. 
Miley: Isso também não é da minha conta. Eu rezo toda noite pra você sair da minha vida. - peguei minhas roupas, saí e bati a porta.

Fui tomar um banho, afinal, aquela energia negativa do Nicholas Retardado que-graças-a-Deus-estuda-em-casa-e-não-na-minha-escola me deixava com muita raiva. Eu não acredito que ele é meu vizinho. É uma puta sacanagem do destino, sabe? Eu simplesmente O-D-E-I-O aquele esquisito. Ele não sai de casa, o pai dele mete medo em todo mundo, é mil vezes mais irritante que o Nicholas, se isso é possível. Ele é um cretino, eu tinha pesadelo com ele quando eu era criança, e olha que eu não me assusto fácil. Entretanto, o pai do Nicholas é um professor aposentado, e quer ensinar o filho à sua maneira. Ou seja, vai ser mais um tiranozinho de botas pretas do exército e terno com uma gravata borboleta infeliz. 
Quando percebi que faltavam cinco minutos pra aula começar, me arrumei rapidamente, pedindo carona pro meu pai - coisa que eu raramente faço, sempre vou pra lá de carona com o gatinho do Liam :9 -, chegando em velocidade máxima, entrando extremamente atrasada.

Continua :3

2 comentários:

  1. tá lindo lindo lindo :}
    morri quando vi que você postou.
    você sabe o de sempre né? está perfeito, e posta logo. um beijo,
    Mandy ~

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  2. meu deus, eu mal postei o capítulo direito e você já comentou OMFG '-'
    thanxx :3

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